SARAMPO. Inquérito ao Hospital de Cascais pode revelar negligência

Por CASCAIS24



Uma jovem médica que assistiu na urgência pediátrica do Hospital de Cascais a adolescente de 17 anos que veio a falecer no D. Estefânia, na sequência do contágio de sarampo, poderá vir a ser acusada de negligência nos “procedimentos adotados”, apurou Cascais24.

A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS), liderada por Leonor Furtado, abriu um inquérito ao Hospital de Cascais para saber até que ponto houve ou não algum procedimento menos inadequado no caso do surto de sarampo, que infetou profissionais de saúde e atingiu a adolescente, de 17 anos, que acabou por falecer no Dona Estefânia.

A primeira infeção foi detetada numa criança de 13 meses, não vacinada, que deu entrada na urgência pediátrica do Hospital de Cascais no dia 27 de março, tendo depois contagiado cinco funcionárias, que estavam vacinadas, o que levou a que fossem infetadas de uma forma mais leve. 

No entanto, a adolescente, de 17 anos, que também deu entrada em Cascais, devido ao agravamento do estado de saúde, foi mais tarde transferida para o Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, onde acabou por morrer. 

A jovem não estava vacinada contra o sarampo, alegadamente por indicação de uma médica, que a acompanhava, devido a outros presumíveis problemas de saúde.

A verdade é que só terá sido internada no final de três deslocações à urgência pediátrica de Cascais, mesmo assim sem que a jovem médica que a assistiu na urgência lhe tivesse diagnosticado sarampo.

Eduarda Reis, diretora-geral do Hospital de Cascais assegurou, entretanto, que foram cumpridas todas as normas da Direção-Geral da Saúde, e que “todos os contactos em risco foram chamados” àquela unidade de saúde.

Agora, a Inspetora-Geral das Atividades em Saúde, Leonor Furtado, no cargo há dois anos, pretende apurar, ao pormenor, o que aconteceu, nomeadamente a existência ou não de algum procedimento menos adequado.

Cascais24 apurou, no entanto, que o inquérito mandado instaurar poderá concluir que o Hospital de Cascais, embora tenha cumprido com todos os procedimentos adequados às circunstâncias do eventual contágio, poderá não ter atuado, por parte da médica que assistiu a jovem, aos “cuidados que a mesma necessitava”, com “a agravante de ter ordenado o seu internamento, sem prognóstico médico, quando era visível o seu estado” em enfermaria onde estavam outros doentes.

A confirmar-se a alegada “negligência” na urgência pediátrica do Hospital de Cascais, esta só poderá, segundo uma fonte que pediu o anonimato, “confirmar que desde há algum tempo este serviço não presta os melhores cuidados de saúde”, o que, ainda de acordo com a mesma fonte, “é de extrema gravidade e pode ser atribuído à falta de experiência dos profissionais de saúde que ai prestam serviço”.

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