Mais reclamações do que elogios no hospital de Cascais

Por Redação CASCAIS24

08.01.2017


O Hospital de Cascais registou mais reclamações do que elogios em 2015, de acordo com o último relatório conhecido.

Com contrato de gestão clínica com a Lusíadas Saúde (da brasileira Amil e que integra o norte-americano UnitedHealth Group) até dezembro do próximo ano, esta unidade hospitalar recebeu 807 reclamações e apenas 141 elogios.

A maioria das reclamações prendeu-se com o tempo de espera (240), seguindo-se cuidados desadequados (127) e o atendimento (116).

Relativamente aos elogios, o maior número (55) foi para os médicos, registando-se muito abaixo os números relacionados com outros profissionais de saúde e profissionais de outras áreas.

Ainda não é conhecido o relatório do ano passado, mas uma fonte não excluiu que o número de reclamações tenha diminuído e o número de elogios aumentado nesta unidade hospitalar, que tem reconhecimentos e prémios internacionais e, ainda mais recentemente, foi considerada, na sua categoria, a melhor do Serviço Nacional de Saúde.

Entretanto, contra as expetativas e a vontade do Bloco de Esquerda e do PCP, parceiros da maioria, vai ser lançado um novo concurso público internacional para a gestão em parceria público-privada (PPP) do Hospital de Cascais. 

Este concurso visa testar o mercado, para o Governo avaliar no final se as propostas são compensadoras para o Estado. Para já, foi posta de lado a possibilidade de regresso da gestão do hospital de Cascais à esfera pública, mas o Governo reserva uma decisão para o final do processo, tendo em conta as propostas recebidas.

Recorda-se que a decisão do Governo surge na sequência das recomendações da Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos (UTAP) do ministério das Finanças, que concluiu que a gestão em parceria público-privada é mais vantajosa, ao mesmo tempo que destacou a necessidade de alterar vários parâmetros no futuro contrato.

O grupo técnico da UTAP considerou que a PPP de Cascais permitiu uma poupança de cerca de 40 milhões de euros entre 2011 e 2015, em comparação com os custos estimados da gestão pública, apesar de ter apresentado resultados inferiores em alguns indicadores de qualidade e eficácia. 

A propósito, no mês passado os bloquistas, através do deputado Moisés Ferreira, confrontaram com alegadas informações de trabalhadores de que a administração privada tem optado pela “aquisição de material mais barato e de pior qualidade” e que manipula dados sobre os cuidados prestados por forma a receber mais do Estado.

“Há o relato de manipulação de indicadores ou manipulação de registo da atividade assistencial, de forma a garantir uma maior retribuição por parte do Estado”, escreveu o deputado bloquista Moisés Ferreira. “Por exemplo, registar procedimentos realizados em consulta de dermatologia, ginecologia e urologia como sendo procedimentos realizados em bloco operatório, de forma a serem contabilizados – e pagos – como cirurgias”, precisou.

Comentários

  1. Concordo inteiramente com o artigo , embora lamente que nele seja utilizado o novo acordo ortográfico , mas isso seria " Outra estória .Gostaria de saber se ,os referidos anuncios ainda passam na TV , uma vez que , embora reconheça não ser um assíduo espectador , nada tenha visto ultimamente. Raul Santos Silva .( assino tudo o que escrevo notadamente nos SMS 9.

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